Com o foco dos debates sobre resíduos urbano centrado na reciclagem,
pouca atenção se tem dado a outra enorme - e perigosa - montanha de
sujeira: os restos de alimento que vão para a lixeira. Dados
recentemente divulgados pela FAO, o órgão das Nações Unidas que trata de
alimentação e agricultura, mostram que a cada ano 1,3 bilhão de
toneladas de comida, cerca de um terço de tudo o que se produz, são
perdidas ou por manipulação indevida, ou por ser jogadas fora.
No
Brasil, são mais de 25 milhões de toneladas de alimentos que vão parar
no lixo todo ano, montante equivalente a 12 bilhões de reais e
suficiente para alimentar 30 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos,
desperdiça-se ainda mais: a EPA, agência de proteção do meio ambiente,
calcula que 30 milhões de toneladas de comida sejam eliminadas - de
longe a maior parcela dos resíduos sólidos, em peso. Nas grandes
cidades, os latões de restaurantes estão sempre lotados.
Por
mais espantosos que sejam os números apenas pelo desperdício, restos de
comida têm outro efeito deletério: lançados nos aterros, alimentos em
geral se biodegradam, mas em contrapartida produzem gás metano, um dos
grandes responsáveis pelo efeito estufa (23 vezes mais danoso do que o
gás carbônico). Uma maneira simples de reverter o desperdício seria o
encaminhamento dos restos aproveitáveis para comunidades carentes,
prática pouco usada.
Outra é a compostagem, como é chamado o
conjunto de técnicas para transformar resto de comida em adubo, também
pouco praticada - nos Estados Unidos, a reciclagem de alimentos por este
e outros métodos é de 2% do lixo total.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/comida-jogada-fora-aumenta-poluicao-682620.shtml
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